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BIBLIOLOGIA
BIBLIOLOGIA

BIBLIOLOGIA:

A BÍBLIA - VELHO TESTAMENTO
Formado por 39 livros escritos originalmente em hebraico é um relato histórico da obra de

Deus na terra antes do nascimento de Jesus. Moisés, Isaías, Daniel e Davi estão entre os

escritores que durante milhares de anos escreveram o Velho Testamento, que se divide em 3

partes principais: História, Poesia e Profecia.
OS LIVROS HISTÓRICOS
Começam com os 5 livros de Moisés, formando o Pentateuco. Eles contêm a história da criação

do universo, Adão e Eva no Jardim do Édem, o grande Dilúvio, o êxodo dos israelitas da

escravidão no Egito. O Pentateuco também contém as primeiras leis de Deus para seu povo.

Elas foram dadas a Moisés nos Dez Mandamentos (Êxodo 20:1-17) e ensinavam os israelitas a

honrarem a Deus em tudo que fizessem.
Depois que tomaram posse da terra que Deus os havia prometido, os israelitas se tornaram

uma nação poderosa. Começando com a escolha de Saul como primeiro rei de Israel, os livros

históricos contam os feitos do rei Davi, seu filho Salomão e os que os sucederam. Alguns

reis, como Asa, seguiram as leis de Deus e foram abençoados. Outros como Acabe, foram

desobedientes e adoraram ídolos. Por causa disso, Deus disse que destruiria o reino de

Israel, que seria conquistado e escravizado pelos impérios da Assíria e da Babilônia.
OS LIVROS POÉTICOS
No centro do Velho Testamento há 5 livros poéticos escritos principalmente pelos reis Davi

e Salomão. Esses livros incluem canções de louvor a Deus (os Salmos), princípios de

sabedoria (Provérbios e Eclesiastes) e um maravilhoso poema de amor entre uma noiva e um

noivo (Cântico dos Cânticos). Neles encontramos maravilhosas meditações sobre o amor de

Deus por nós, seu poder sobre toda a criação e seu desejo do nosso respeito e temor.
OS LIVROS PROFÉTICOS Vêm depois dos livros poéticos e foram escritos por cerca de dezesseis

diferentes autores. Isaías, Jeremias e Daniel, que escreveram livros mais longos, são os

profetas maiores. Ageu, Zacarias e Malaquias estão entre os profetas menores, cujos livros

são mais curtos. Esses livros falam do desapontamento de Deus porque Israel não seguiu suas

ordens, relembram ao povo o amor incondicional de Deus por eles, além de apregoarem a vinda

do Messias que redimiria Israel para sempre.

O NOVO TESTAMENTO
Seus 27 livros escritos foram escritos em grego e num espaço de cerca de 50 anos. Sua

mensagem principal se refere à obra redentora de Jesus Cristo e à primitiva igreja cristã,

mas também oferece preciosos mandamentos sobre a vida com Deus. Pode ser dividido em 3

partes: Evangelhos, as Epístolas e Profecia.

OS EVANGELHOS
Os quatro primeiros livros do Novo Testamento são os Evangelhos, que contam a história do

nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus. Eles também relembram os ensinamentos de

Jesus para seus discípulos, como segui-lo e continuar sua obra depois de seu retorno ao

céu. Em seguida, vem o livro de Atos onde estão registrados os primórdios da igreja e a

obra dos discípulos de Jesus realizando milagres e pregando o Evangelho.
AS EPÍSTOLAS
Seguindo Atos vêm às epístolas ou cartas que o apóstolo Paulo e outros escreveram para

encorajar os primeiros cristãos na sua caminhada com Jesus. As cartas nos proporcionam

ricas diretrizes sobre os desejos de Deus para a nossa atividade diária.
O LIVRO PROFÉTICO
O último livro do Novo Testamento é Apocalipse, um livro profético que detalha a próxima

vinda de Cristo a terra.
A VERDADE E AUTORIDADE DA BÍBLIA
Muitas pessoas afirmam que toda verdade é relativa e que não existe um Deus autoritário.

Para elas, Cristianismo é uma questão de opinião ou preferência, pois não há um conjunto de

crenças absolutamente verdadeiras.
Mas Deus nos deu o majestoso universo como lembrança da Sua autoridade e do desejo íntimo

de nosso relacionamento com Ele.
A Bíblia é a "revelação especial" de Deus. Ela nos relembra nossa natureza pecadora e nossa

responsabilidade diária para com Deus e seus mandamentos. Com a sua leitura aprendemos que

Deus é todo-poderoso e tem autoridade ilimitada sobre todas as pessoas. Quando rejeitamos

seus ensinamentos, estamos rejeitando a Deus e negando a autoridade que Ele tem sobre toda

a Criação. Rejeitar a Deus não é fato novo. Os israelitas vagaram no deserto porque não

creram que Deus os protegeria. O Rei Acabe erigiu ídolos a falsos deuses. Jonas se negou a

ir para Nínive apesar da ordem de Deus. Quando ignoramos as promessas de bênçãos de Deus

sobre nós, estamos deliberadamente desobedecendo a Sua pessoa e seguindo nossos próprios

desejos e vontades. A Bíblia nos alerta da autoridade eterna de Deus sobre todas as

pessoas.
Muitas dessas mesmas pessoas que negam a autoridade de Deus também dizem que a Bíblia não é

verdadeira porque homens - propensos a erros - a escreveram. É certo que se os escritores b

íblicos não eram pessoas perfeitas, a Bíblia é clara em afirmar que foi um trabalho

inspirado por Deus e, portanto, perfeito. O apóstolo Paulo escreve que toda Escritura é

"inspirada por Deus (II Timóteo 3:16) e Pedro explica que "nunca jamais qualquer profecia

foi dada por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de Deus movidos pelo

Espírito Santo" (II Pedro 1:21). Isto inclui o Velho e o Novo Testamento. A Palavra de Deus

é revestida de autoridade para que possamos conhecer a verdade.

DOUTRINA DA BÍBLIA

        I. REVELAÇÃO: É a operação divina que comunica ao homem fatos que a razão humana é

insuficiente para conhecer. É, portanto, a operação divina que comunica a verdade de Deus

ao homem (ICo.2:10).

         A) Provas da Revelação: O diabo foi o primeiro ser a pôr em dúvida a existência da

revelação: “É assim que Deus disse?” (Gn. 3:1). Mas a Bíblia é a Palavra de Deus. Vejamos

alguns argumentos:

         1) A Indestrutibilidade da Bíblia: Uma porcentagem muito pequena de livros

sobrevive além de um quarto de século, e uma porcentagem ainda menor dura um século, e uma

porção quase insignificante dura mil anos. A Bíblia, porém, tem sobrevivido em

circunstâncias adversas. Em 303 A.D. o imperador Dioclécio decretou que todos os exemplares

da Bíblia fossem queimados. A Bíblia é hoje encontrada em mais de mil línguas e ainda é o

livro mais lido do mundo.
        
2) A Natureza da Bíblia:
         a) Ela é superior: Ela é superior a qualquer outro livro do mundo. O mundo, com

sua sabedoria e vasto acúmulo de conhecimento nunca foi capaz de produzir um livro que

chegue perto de se comparar a Bíblia.

         b) É um livro honesto: Pois revela fatos sobre a corrupção humana, fatos que a

natureza humana teria interesse em acobertar.

         c) É um livro harmonioso: Pois embora tenha sido escrito por uns quarenta autores

diferentes, por um período de 1.600 anos, ela revela ser um livro único que expressa um só

sistema doutrinário e um só padrão moral, coerentes e sem contradições.

         3) A Influência da  Bíblia: O Alcorão, o Livro dos Mórmons, o Zenda Avesta, os Clá

ssicos de Confúncio, todos tiveram influência no mundo. Estes, porém, conduziram a uma

idéia apagada de Deus e do pecado, ao ponto de ignorá-los. A Bíblia, porém, tem produzido

altos resultados em todas as esferas da vida: na arte, na arquitetura, na literatura, na mú

sica, na política, na ciência etc.
        4) Argumento da  Analogia: Os  animais  inferiores expressam com suas vozes seus

diferentes sentimentos. Entre os racionais existe uma presença correspondente, existe

comunicação direta de um para o outro, uma revelação de pensamentos e sentimentos.

Conseqüentemente é de se esperar que exista, por analogia da natureza, uma revelação direta

de Deus para com o homem. Sendo o homem criado à Sua imagem, é natural supor que o Criador

sustente relação pessoal com Suas criaturas racionais.

         5) Argumento  da Experiência: O homem é incapaz por sua própria força descobrir

que:

         a) Precisa ser salvo.

         b) Pode ser salvo.
        
      c) Como pode ser salvo.

         d) Se há salvação.

         Somente a revelação pode desvendar estes mistérios eternos. A experiência do homem

tem demonstrado que a tendência da natureza humana é degenerar-se e seu caminho ascendente

se sustém unicamente quando é voltado para cima em comunicação direta com a revelação de

Deus.

         6) Argumento  da Profecia Cumprida: Muitas profecias a respeito de Cristo se

cumpriram integralmente, sendo que a mais próxima do primeiro advento, foi pronunciada 165

anos antes de seu cumprimento. As profecias a respeito da dispersão de Israel também, se

cumpriram (Dt. 28; Jr.15:4; l6: 13; Os. 3:4 etc.); da conquista de Samaria e preservação de

Judá (Is. 7:6-8; Os. 1:6, 7; IRs.14:15); do cativeiro babilônico sobre Judá e Jerusalém

(Is.39:6; Jr.25:9-12); sobre a destruição final de Samaria (Mq.1:6-9); sobre a restauração

de Jerusalém (Jr.29:10-14), etc.

         7) Reivindicações  da Própria Escritura:  A própria Bíblia expressa sua

infalibilidade, reivindicando autoridade. Nenhum outro livro ousa fazê-lo. Encontramos essa

reivindicação nas seguintes expressões: “Disse o Senhor a Moisés” (Ex.14:1, 15,26; 16:4;

25:1; Lv. 1:1; 4:1; 11:1; Nm. 4:1; 13:1; Dt. 32:48)  
“O Senhor é quem fala” (Is. 1:2); “Disse o Senhor a Isaías” (Is. 7:3); “Assim diz o Senhor”

(Is. 43:1). Outras expressões semelhantes são encontradas: “Palavra que veio a Jeremias da

parte do Senhor” (Jr.11:1); “Veio expressamente a Palavra do Senhor a Ezequiel” (Ez. 1:3);

“Palavra do Senhor que foi dirigida a Oséias” (Os. 1:1); “Palavra do Senhor que foi

dirigida a Joel” (Jl. 1:1), etc. Expressões como estas são encontradas mais de 3.800 vezes

no Velho Testamento. Portanto o A. T. afirma ser a revelação de Deus, e essa mesma

reivindicação faz o Novo Testamento (ICo.14:37; ITs.2:13; IJo.5:10; IIPe.3:2).

        
B) Natureza da Revelação: Deus se revelou de sete modos:
  
        
1) Através da Natureza: (Sl.19:1-6; Rm.l:19-23).

         2) Através da Providência: A providência é a execução do programa de Deus das

dispensações em todos os seus detalhes (Gn.48:15;50:20; Rm.8:28; Sl.57:2; Jr.30:11;

Is.54:17).

         3) Através  da  Preservação:  (Cl.1:17; Hb.1:3; At.17:25,28).

         4) Através de Milagres: (Ex.4:1-9).

         5) Através da Comunicação Direta: (Nm.12:8; Dt.34:10).

         6) Através da Encarnação: (Hb.1:1; Jo.8:26;15:15).

         7) Através das Escrituras: A Bíblia  é a revelação escrita de Deus e, como tal,

abrange importantes aspectos:

        a) Ela é variada: Variada em seus temas, pois abrange aquilo que é doutrinário,

devocional, histórico, profético e prático.
         b) Ela é parcial: (Dt. 29:29).
         c) Ela é completa:  Naquilo que já foi  revelado (Cl. 2:9,10);
         d) Ela é progressiva: (Mc. 4:28).
         e) Ela é definitiva: (Jd. 3).

         II. INSPIRAÇÃO: É a operação divina que influenciou os escritores bíblicos,

capacitando-os a receber a mensagem divina, e que os moveu a transcrevê-la com exatidão,

impedindo-os de cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu autoridade divina e

infalível, garantindo a exata transferência da verdade revelada de Deus para a linguagem

humana inteligível (ICo. 10:13; IITm.3:16; IIPe.1:20,21).
      
         A) Autoria Dual: Com este termo indicamos dois fatos:
          1) Autoria Divina:  Do lado divino as Escrituras são a Palavra de Deus no sentido

de que se originaram nEle e são a expressão de Sua mente. Em IITm.3:16 encontramos a referê

ncia a Deus: “Toda Escritura é divinamente inspirada” (theopneustos = soprada ou expirada

por Deus) . A referência aqui é ao escrito.

         2) Autoria Humana: Do lado  humano certos homens foram escolhidos por Deus para a

responsabilidade de receber a Palavra e passá-la para a forma escrita. Em IIPe.1:21

encontramos a referência aos homens: “Homens santos de Deus falaram movidos pelo Espírito

Santo” (pherô = movidos ou conduzidos). A referência aqui é ao escritor.
        
B) Inspiração ou Expiração? A palavra inspiração vem do latim, e significa respirar para

dentro. Ela é usada pela ARC. (Almeida Revista e Corrigida) somente duas vezes no N. T.

(IITm.3:16; IIPe.1:21). Este vocábulo, embora consagrado pelo uso, e, portanto, pela

teologia, não é um termo adequado, pois pode parecer que Deus tenha soprado alguma espécie

de vida divina em palavras humanas. Em IITm.3:16 encontramos o vocábulo grego theopneustos

que significa soprado por Deus. Portanto podemos afirmar que toda a Escritura é soprada ou

expirada por Deus, e não inspirada como expressa a ARC. As Escrituras são o próprio sopro

de Deus, é o próprio Deus falando (IISm.23:2). Em IIPe.1:21 este vocábulo se torna mais

inadequado ainda, pois a tradução da ARC. transmite a idéia de que os homens santos foram

inspirados pelo Espírito Santo. O fato é que o homem não é inspirado, mas a Palavra de Deus

é que é expirada (Compare Jó. 32:8; 33:4; com Ez. 36:27; 37:9). A ARA. (Almeida Revista e

Atualizada), porém, apesar de utilizar o termo inspiração em IITm.3:16, usa, com acerto, o

verbo mover em IIPe.1:21, como tradução do vocábulo grego pherô, que significa exatamente

mover  ou  conduzir.
         Considerada esta ressalva, não devemos pender para o extremo, excluindo a autoria

humana da compilação das Escrituras. Ela própria reconhece a autoria dual no registro

bíblico. Em  Mt.15:4 está escrito que  Deus ordenou enquanto que em Mc.7:10 diz que foi

Moisés quem ordenou. E muitas outras passagens há semelhantes a esta (Compare Sl.110:1 com

Mc.12:36; Ex.3:6,15 com Mt.22:31; Lc.20:37 com Mc.12:26; Is.6:9,10; At.28:25 com Jo.12:39-

41; Mt.1:22;2:15; At.l:16;4:25; Hb.3:7-11; Hb.9:8;10:15) Deus opera de modo misterioso

usando e não anulando a vontade humana, sem que o homem perceba que está sendo divinamente

conduzido, sendo que neste fenômeno, o homem faz pleno uso de sua liberdade (Pv.16:1;19:21;

Sl.33:15;105:25; Ap.17:17). Desse mesmo modo Deus também usa Satanás (Compare  ICr.21:1 com

IISm.24:1; IRs.22:20-23), mas não retira a responsabilidade do homem (At.5:3,4), como també

m o faz na obra da salvação (Dt.30:19; Sl.65:4; Jo.6:44).

         C) O Termo Logos: Este termo grego foi utilizado no N. T. cerca de 200 vezes para

indicar a Palavra de Deus Escrita, e 7 vezes para indicar o Filho de Deus (Jo.1:1,14;

IJo.1:1;5:7; Ap.19:13). Eles são para Deus o que a expressão é para o pensamento e o que a

fala é para a razão, portanto o Logos de Deus é a expressão de Deus, quer seja na forma

escrita ou viva (Compare Jo. 14:6 com Jo. 17:17).

1) Cristo é a Palavra Viva: Cristo é o Logos, isto é, a fala, a expressão de Deus.

         2) A Bíblia  é a Palavra Escrita: A Bíblia também é o Logos de Deus, e assim como

em Cristo há dois elementos (duas naturezas), divino e humano, igualmente na Palavra de

Deus estes dois elementos aparecem unidos sobrenaturalmente.
          D) Provas da Inspiração: Somos acusados de provar a inspiração pela Bíblia e de

provar a verdade da Bíblia pela inspiração, e, assim, de argumentar num círculo vicioso.

Mas o processo parte de uma prova que todos aceitam: a evidência. Esta, primeiro prova a

veracidade ou credibilidade da testemunha, e então aceita o seu testemunho. A veracidade

das Escrituras é estabelecida de vários modos, e, tendo constatado a sua veracidade, ou a

validade do seu testemunho, bem podemos aceitar o que elas dizem de si mesmas. As

Escrituras afirmam que são inspiradas, e elas ou devem ser cridas neste particular ou

rejeitadas em tudo mais.
         1) O A. T. afirma sua Inspiração:  (Dt.4:2,5; IISm.23:2; Is.1:10; Jr.1:2,9;

Ez.3:1,4; Os.1:1; Jl.1:1; Am.3:1; Ob.1:1; Mq.1:1).
       2) O  N. T.  afirma sua Inspiração: (Mt.10:19; Jo.14:26;15:26,27; Jo.16:13;

At.2:33;15:28; ITs.1:5; ICo.2:13; IICo.13:3; IIPe.3:16; ITs.2:13; ICo.14:37).

         3) O  N. T. afirma a Inspiração do A. T.: (Lc.1:70; At.4:25; Hb.1:1, IITm.3:16;

IPe.1:11; IIPe.1:21).

         4) A  Bíblia faz declarações científicas descobertas posteriormente: (Jó.26:7;

Sl.135:7; Ec.1:7; Is.40:22).
        E) Teorias da Inspiração: Podemos ter revelação sem inspiração (Ap.10:3, 4), e

podemos ter inspiração sem revelação, como quando os escritores registram o que viram com

seus próprios olhos e descobriram pela pesquisa (IJo.1:1-4; Lc.1:1-4). Aqui nós temos a

forma e o resultado da inspiração. A forma é o método que Deus empregou na inspiração,

enquanto que o resultado indica a conseqüência da inspiração. Portanto, as chamadas teorias

da intuição, da iluminação, a dinâmica e a do ditado, todas descrevem a forma de

inspiração, enquanto que a teoria verbal plenária indica o resultado.
         1) Teoria da Inspiração Dinâmica: Afirma que Deus forneceu a capacidade necessária

para a confiável transmissão da verdade que os escritores das Escrituras receberam ordem de

comunicar. Isto os tornou infalíveis em questões de fé e prática, mas não nas coisas que

não são de natureza imediatamente religiosa, isto é, a inspiração atinge apenas os

ensinamentos e preceitos doutrinários, as verdades desconhecidas dos autores humanos. Esta

teoria tem muitas falhas: Ela não explica como os escritores bíblicos poderiam mesclar seus

conhecimentos sobrenaturais ao registrarem uma sentença, e serem rebaixados a um nível

inferior ao relatarem um fato de modo natural. Ela não fornece a psicologia daquele estado

de espírito que deveria envolver os escritores bíblicos ao se pronunciarem infalivelmente

sobre matérias de doutrina, enquanto se desviam a respeito dos fatos mais simples da

história. Ela não analisa a relação existente entre as mentes divina e humana, que produz

tais resultados. Ela não distingue entre coisas  que são essenciais à fé e à pratica e

àquelas que não são. Erasmo, Grotius, Baxter, Paley, Doellinger e Strong compartilham desta

teoria.
         2) Teoria  do  Ditado ou Mecânica: Afirma que os escritores bíblicos foram meros

instrumentos (amanuenses), não seres cujas personalidades foram preservadas. Se Deus

tivesse ditado as Escrituras, o seu estilo seria uniforme. Teria a dicção e o vocabulário

do divino Autor, livre das idiossincrasias dos homens (Rm. 9:1-3; IIPe.3:15,16). Na verdade

o autor humano recebeu plena liberdade de ação para a sua autoria, escrevendo com seus

próprios sentimentos, estilo e vocabulário, mas garantiu a exatidão da mensagem  suprema

com tanta perfeição como se ela tivesse sido ditada por Deus. Não há nenhuma insinuação de

que Deus tenha ditado qualquer mensagem a um homem além daquela que Moisés transcreveu no

monte santo, pois Deus usa e não anula as suas vontades. Esta teoria, portanto, enfatiza

sobremaneira a autoria divina ao ponto de excluir a autoria humana.

         3) Teoria da Inspiração Natural ou Intuição: Afirma que a inspiração é

simplesmente um discernimento superior das verdades moral e religiosa por parte do homem

natural. Assim como tem havido artistas, músicos e poetas excepcionais, que produziram

obras de arte que nunca foram superadas, também em relação às Escrituras houve homens

excepcionais com visão espiritual que, por causa de seus dons naturais, foram capazes de

escrever as Escrituras. Esta é a noção mais baixa de inspiração, pois enfatiza a autoria

humana a ponto de excluir a autoria divina. Esta teoria foi defendida pelos pelagianos e

unitarianos.
         4) Teoria da Inspiração Mística ou Iluminação: Afirma que inspiração é

simplesmente uma intensificação e elevação das percepções religiosas do crente. Cada crente

tem sua iluminação até certo ponto, mas alguns têm mais do que outros. Se esta teoria fosse

verdadeira, qualquer cristão em qualquer tempo, através da energia divina especial, poderia

escrever as Escrituras. Schleiermacher foi quem disseminou esta teoria. Para ele inspiração

é “um despertamento e excitamento da consciência religiosa, diferente em grau e não em espé

cie da inspiração piedosa ou sentimentos intuitivos dos homens santos”. Lutero, Neander,

Tholuck, Cremer, F.W.Robertson, J.F.Clarke e G.T.Ladd defendiam esta teoria, segundo

Strong.
         5) Inspiração dos Conceitos e não das Palavras: Esta teoria pressupõe pensamentos

à parte das palavras, através da qual Deus teria transmitido idéias mas deixou o autor

humano livre para expressá-las em sua própria linguagem. Mas idéias não são transferíveis

por nenhum outro modo além das palavras. Esta teoria ignora a importância das palavras em

qualquer mensagem. Muitas passagens bíblicas dependem de uma das palavras usadas para a sua

força e valor. O estudo exegético das Escrituras nas línguas originais é um estudo de

palavras, para que o conceito possa ser alcançado através das palavras, e não para que

palavras sem importância representem um conceito. A Bíblia sempre enfatiza suas palavras e

não um simples conceito (ICo.2:13; Jo.6:63;17:8; Ex.20:1; Gl.3:16).

         6) Graus de Inspiração: Afirma que há inspiração em três graus. Sugestão, direção,

elevação, superintendência, orientação e revelação direta, são palavras usadas para

classificar estes graus. Esta teoria alega que algumas partes da Bíblia são mais inspiradas

do que outras. Embora ela reconheça as duas autorias, dá margem à especulação fantasiosa.

         7) Inspiração Verbal Plenária: É o poder inexplicado do Espírito Santo agindo

sobre os escritores das Sagradas Escrituras, para orientá-los (conduzí-los) na transcrição

do registro bíblico, quer seja através de observações pessoais, fontes orais ou verbais, ou

através de revelação divina direta, preservando-os de erros e omissões, abrangendo as

palavras em gênero, número, tempo, modo e voz, preservando, desse modo, a inerrância das

Escrituras, e dando à ela autoridade divina.
         a) Observação Pessoal: (IJo.1:1-4).

         b) Fonte Oral: (Lc. 1:1-4).

         c) Fonte Verbal: (At.17:18; Tt.1:12; Hb.1:1).

         d) Revelação Divina Direta: (Ap.1:1-2; Gl. 1:12).

         e) Gênero: (Gn. 3:15).

         f) Número: (Gl. 3:16).             g) Tempo: (Ef. 4:30; Cl.3:13).

         h) Modo: (Ef. 4:30; Cl.3:13).             i) Voz: (Ef. 5:18)

         j) Explicação dos itens e,f,g,h,i: A inspiração verbal plenária fica assim

estabelecida. Em Gn. 3:15 o pronome hebraico está no gênero masculino, pois se refere

exclusivamente a Cristo (Ele te ferirá a cabeça...). Em Gl. 3:16 Paulo faz citação de um

substantivo hebraico que está no singular, fazendo, também, referência exclusiva a Cristo.

Em Ef. 4:30 e Cl.3:13 o verbo perdoar encontra-se, no grego, no modo particípio e no tempo

presente, o que significa que o perdão judicial de Deus realizado no passado, quando

aceitamos a Cristo, estende-se por toda a nossa vida, abrangendo o perdão dos pecados do

passado, do presente, e do futuro (IJo.1:9 trata do perdão do pecado doméstico e não do

judicial). Jesus Cristo reconheceu a inspiração verbal plenária quando declarou que nem um

til (a menor letra do alfabeto hebraico) seria omitido da lei (Mt.5:18 e Lc.16:l7).

        


III. ILUMINAÇÃO: É a influência ou ministério do Espírito Santo que capacita todos os que

estão num relacionamento correto com Deus para entender as Escrituras (I Cor. 2:12;

Lc.24:32,45; IJo.2:27).

         A iluminação não inclui a responsabilidade de acrescentar algo às Escrituras

(revelação) e nem inclui uma transmissão infalível na linguagem (inspiração) daquele que o

Espírito Santo ensina.
         A iluminação é diferenciada da revelação e da inspiração no fato de ser prometida

a todos os crentes, pois não depende de escolha soberana, mas de ajustamento pessoal ao Esp

írito Santo. Além disso, a iluminação admite graus podendo aumentar ou diminuir (Ef. 1:16-

18; 4:23; Cl.1:9).
         A iluminação não se limita a questões comuns, mas pode atingir as coisas profundas

de Deus (ICo.2:10)  porque o Mestre Divino está no coração do crente e, portanto, ele não

houve uma voz falando de fora e em determinados momentos, mas a mente e o coração são

sobrenaturalmente despertados de dentro (ICo.2:16). Este despertamento do Espírito pode ser

prejudicado pelo pecado, pois é dito que o cristão que é espiritual discerne todas as

coisas (ICo.2:15), ao passo que aquele que é carnal não pode receber as verdades mais

profundas de Deus que são comparadas ao alimento sólido (ICo.2:15;3:1-3; Hb.5:12-14).
         A iluminação, a inspiração e a revelação estão estritamente ligadas, porém podem

ser independentes, pois há inspiração sem revelação (Lc. 1:1-3; IJo.1:1-4); inspiração com

revelação (Ap.1:1-11); inspiração sem iluminação (IPe.1:10-12); iluminação sem inspiração

(Ef.1:18) e sem revelação (ICo.2:12; Jd.3); revelação sem iluminação (IPe.1:10-12) e sem

inspiração (Ap.10:3,4; Ex.20:1-22). É digno de nota que encontramos estes três ministérios

do Espírito Santo mencionados em uma só passagem (ICo.2:9-13); a revelação no versículo 10;

a iluminação no versículo 12 e a inspiração no versículo 13.
         IV. AUTORIDADE: Dizemos que a bíblia é um livro que tem autoridade porque ela tem

influência, prestígio e credibilidade (quanto à pureza na transcrição ou tradução), por

isso deve ser obedecida porque procede de fonte infalível e autorizada.   
         A autoridade está vinculada a inspiração, canonicidade e credibilidade, sem os

quais a autoridade da Bíblia não se estabeleceria. Assim, por ser inspirado, determinado

trecho bíblico possui autoridade; por ser canônico, determinado, livro bíblico possui

autoridade, e por ter credibilidade, determinadas informações bíblicas possuem autoridade,

sejam históricas, geográficas ou científicas.
         Entretanto, nem tudo aquilo que é inspirado é autorizado, pois a autoridade de um

livro trata de sua procedência, de sua autoria, e, portanto, de sua veracidade. Deus é o

Autor da Bíblia, e como tal ela possui autoridade, mas nem tudo que está registrado na

Bíblia procedeu da boca de Deus. Por exemplo, o que Satanás disse para Eva foi registrado

por inspiração, mas não é a verdade (Gn. 3:4, 5); o conselho que Pedro deu a Cristo

(Mt.16:22); as acusações que Elifaz fez contra Jó (Jó.22:5-11), etc. Nenhuma dessas

declarações representam o pensamento de Deus ou procedem dEle (procedem apenas por

inspiração), e por isso não têm autoridade. Um texto também perde sua autoridade quando é

retirado de seu contexto e lhe é atribuído um significado totalmente diferente daquele que

tem quando inserido no contexto. As palavras ainda são inspiradas, mas o novo significado

não tem autoridade.

V. CREDIBILIDADE OU VERACIDADE: Um livro tem credibilidade se relatou veridicamente os

assuntos como aconteceram ou como eles são; e quando seu texto atual concorda com o escrito

original.
        Nesse caso credibilidade relaciona-se ao conteúdo do livro (original), e a pureza

do texto atual (cópia ou tradução). Por exemplo, as palavras de Satanás em Gn. 3:4, 5 são

inspiradas, mas não possuem autoridade, porque não é verdade, porém tem credibilidade ou

veracidade (quanto a sua transcrição) porque foram registradas exatamente como Satanás

disse. A veracidade das palavras de Satanás não se relaciona ao o que ele pronunciou, mas

sim como ele as pronunciou.

         A) Credibilidade do A. T.: Estabelecida por três fatos:

         1) Autenticado por Jesus Cristo: Cristo recebeu o A. T. como relato verídico. Ele

endossou grande número de ensinamentos do A. T., como, por exemplo: A criação do universo

por Deus (Mc. 13:19), a criação do homem (Mt.19:4,5), a existência de Satanás (Jo.8:44), o

dilúvio (Lc.17:26,27), a destruição de Sodoma e Gomorra (Lc.17:28-30), a revelação de Deus

a Moisés na sarça (Mc.12:26), a dádiva do maná (Jo.6:32), a experiência de Jonas dentro do

grande peixe (Mt.12:39,40). Como Jesus era Deus manifesto em carne, Ele conhecia os fatos,

e não podia se acomodar a idéias errôneas, e, ao mesmo tempo ser honesto. Seu testemunho

deve, portanto, ser aceito como verdadeiro ou Ele deve ser rejeitado como Mestre religioso.

         2) Prova Arqueológica e Histórica:

         a) Arqueológica: Através da arqueologia, a batalha dos reis registrada em Gn. 14

não pode mais ser posta em dúvida, já que as inscrições no Vale do Eufrates “mostram

indiscutivelmente que os quatro reis mencionados na Bíblia como tendo participado desta

expedição não são, como era dito displicentemente, ‘invenções etnológicas’, mas sim

personagens históricos reais. Anrafel é identificado como o Hamurábi cujo maravilhoso

código de leis foi tão recentemente descoberto por De Morgan em Susa”. (Geo. F. Wright, O

Testemunho dos Monumentos à Verdade das Escrituras).
         As tábuas Nuzi esclarecem a ação de Sara e Raquel ao darem suas servas aos seus

maridos (Jack Finegan, Ligth from the Ancient Past = Luz de um Passado Antigo).
         Os hieróglifos egípcios indicam que a escrita já era conhecida mais de 1.000 anos

antes de Abraão (James Orr, The Problem of the Old Testament = O Problema do Velho

Testamento).
         A arqueologia também confirma o fato de Israel ter vivido no Egito, como escravo,

e ter sido liberto (Melvin G. Kyle, The Deciding Voice of the Monuments = A Voz Decisória

dos Monumentos).
         Muitas outras confirmações da veracidade dos relatos das Escrituras poderiam ser

apresentadas, mas esses são suficientes e devem servir como aviso aos descrentes com

relação às coisas para as quais ainda não temos confirmação; podemos encontrá-la a qualquer

hora.

b) Histórica: A história fornece muitas provas da exatidão das descrições bíblicas. Sabe-se

que Salmanezer IV sitiou a cidade de Samaria, mas o rei da Assíria, que sabemos ter sido

Sargom II, carregou o povo para a Síria (IIRs. 17:3-6). A história mostra que ele reinou de

722-705 a.C. Ele é mencionado pelo nome apenas uma vez na Bíblia (Is. 20:1). Nem Beltsazar

(Dn. 5), nem Dario, o Medo (Dn.6) são mais considerados como personagens fictícios.

         3) As Escrituras possuem Integridade:

         a) Integridade Topográfica e Geográfica: As descobertas arqueológicas provam que

os povos, línguas, os lugares e os eventos mencionados nas Escrituras são encontrados

justamente onde as Escrituras os localizam, no local exato e sob as circunstâncias

geográficas exatas descritas na Bíblia.

         b) Integridade Etnológica ou Racial: Todas as afirmações bíblicas sobre raças têm

sido demonstradas como corretas com os fatos etnológicos revelados pela arqueologia.

         c) Integridade Cronológica: A identificação bíblica de povos, lugares e

acontecimentos com o período de sua ocorrência é corroborada pela cronologia síria e pelos

fatos revelados pela arqueologia.

         d) Integridade Histórica: O registro dos nomes e títulos dos reis está em harmonia

perfeita com os registros seculares, conforme demonstrados por descobertas arqueológicas.

         e) Integridade Canônica:  A aceitação pela igreja em toda a era cristã, dos livros

incluídos nas Escrituras que hoje possuímos, representa o endosso de sua integridade.
         Exemplares do A. T. e do N. T. impressos em 1.488 e 1.516 d.C., concordam com os

exemplares atuais. Portanto a Bíblia como a possuímos hoje, já existia há 400 anos

passados.
         Quando essas Bíblias foram impressas, certo erudito tinha em seu poder mais de

2.000 manuscritos. Esse número é sem dúvida suficiente para estabelecer a genuinidade e

credibilidade do texto sagrado, e tem servido para restaurar ao texto sua pureza original,

e fornecem proteção contra corrupções futuras (Ap. 22: 18-19; Dt.4:2;12.2).
         Enquanto a integridade canônica da Bíblia se baseia em mais de 2.000 manuscritos,

os escritos seculares, que geralmente são aceitos sem contestação, baseiam-se em apenas uma

ou duas dezenas de exemplares.
         As quatro Bíblias mais antigas do mundo, datadas entre 300 e 400 d.C.,

correspondem exatamente a Bíblia como a possuímos atualmente.

        

B) Credibilidade do N. T.: Estabelecida por cinco fatos:
         1) Escritores Competentes: Possuíam as qualificações necessárias, receberam

investidura do Espírito Santo e assim escreveram não somente guiados pela memória,

apresentações de testemunho oral e escrito, e discernimento espiritual, mas como escritores

qualificados pelo Espírito Santo.
         2) Escritores Honestos: O tom moral de seus escritos, sua preocupação com a

verdade, e a circunstância de seus registros indicam que não eram enganadores intencionais

mais sim homens honestos. O seu testemunho pôs em perigo seus interesses materiais, posição

social, e suas próprias vidas. Por que razões inventariam uma estória que condena a

hipocrisia e são contrárias as suas crenças herdadas, pagando com suas próprias vidas?
         3) Harmonia do N. T.: Os sinópticos não se contradizem mas suplementam um ao

outro. Os vinte e sete livros do N. T. apresentam um quadro harmonioso de Jesus Cristo e

Sua obra.
         4) Prova Histórica e Arqueológica:

         a) Histórica: O recenseamento quando Quirino era Governador da Síria (Lc. 2:2), os

atos de Herodes o Grande (Mt. 2:16-18), de Herodes Antipas (Mt.14:1-12), de Agripa I

(At.12:1), de Gálio (At.18;12-17), de Agripa II (At.25:13-26:32) etc.
         b) Arqueológica: As descobertas arqueológicas confirmam a veracidade do N. T.

Quirino (Lc. 2:2) foi Governador da Síria duas vezes (16-12 e 6-4 a.C.), sendo que Lucas se

refere ao segundo período.
         Lisânias, o Tetrarca é mencionado em uma inscrição no local de Abilene na época a

que Lucas se refere.
         Uma inscrição em Listra registra a dedicação da estátua Zeus (Júpiter) e Hermes

(Mercúrio), o que mostra que esses deuses eram colocados no mesmo nível, no culto local,

conforme descrito em At.14:12.    Uma inscrição de Pafos faz referência ao Proconsul Paulo,

identificado como Sergio Paulo (At.13:7).
         VI. INERRÂNCIA OU INFALIBILIDADE: Inerrância significa que a verdade é transmitida

em palavras que, entendidas no sentido em que foram empregadas, entendidas no sentido que

realmente se destinavam a ter, não expressam erro algum.
         A inspiração garante a inerrância da Bíblia. Inerrância não significa que os

escritores não tinham faltas na vida, mas que foram preservados de erros os seus ensinos.

Eles podem ter tido concepções errôneas acerca de muitas coisas, mas não as ensinaram; por

exemplo, quanto a terra, às estrelas, às leis naturais, à geografia, à vida política e

social etc.
         Também não significa que não se possa interpretar erroneamente o texto ou que ele

não possa ser mal compreendido. A inerrância não nega a flexibilidade da linguagem como veí

culo de comunicação. É muitas vezes difícil transmitir com exatidão um pensamento por causa

desta flexibilidade de linguagem ou por causa de possível variação no sentido das palavras.

A Bíblia vem de Deus. Será que Deus nos deu um livro de instrução religiosa repleto de

erros? Se ele possui erros sob a forma de uma pretensa revelação, perpetua os erros e as

trevas que professa remover. Pode-se admitir que um Deus Santo adicione a sanção do seu

nome a algo que não seja a expressão exata da verdade?
         Diz-se que a Bíblia é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Se for

parcialmente falsa, como se explica que Deus tenha posto o seu selo sobre toda ela?  Se ela

é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa, então a vida e a morte estão a depender de

um processo de separação entre o certo e o errado, que o homem não pode realizar. Cristo

declara que a incredulidade é ofensa digna de castigo. Isto implica na veracidade daquilo

que tem de ser crido, porque Deus não pode castigar o homem por descrer no que não é

verdadeiro (Sl. 119:140, 142; Mt.5:18; Jo.10:35; Jo.17:17). Aqueles que negam a

infalibilidade da Bíblia, geralmente estão prontos a confiar na falibilidade de suas

próprias opiniões. Como exemplo de opinião falível encontramos aqueles que atribuem erro à

passagem de IRs. 7:23 onde lemos que o mar de fundição tinha dez côvados de diâmetro de uma

borda até a outra, ao passo que um cordão de trinta côvados o cingia em redor. Sendo assim,

tem-se dito que a Bíblia faz o valor do Pi ser 3 em vez de 3,1416. Mas uma vez que não

sabemos se a linha em redor era na extremidade da borda ou debaixo da mesma, como parece

sugerir o versículo seguinte (v.24) não podemos chegar a uma conclusão definitiva, e

devemos ser cautelosos ao atribuir erro ao escritor. Outro exemplo utilizado para

contrariar a inerrância da Bíblia, encontra-se em ICo.10:8 onde lemos que 23.000 homens

morreram no deserto, enquanto que Nm.25:9 diz que morreram 24.000.
Acontece que em Números nós temos o número total dos mortos, ao passo que em I aos

Coríntios nós temos o número parcial que somado ao restante dos homens relacionados nos

versículos 9 e 10, deverá contabilizar o total de 24.000. A inerrância não abrange as

cópias dos manuscritos, mas atinge somente os autógrafos, isto é, os originais. Desse modo

encontramos os seguintes tipos de erros nos manuscritos:
         A) Erros Involuntários: Cometidos pelos escribas do N. T. devido a sua falta ou

defeito de visão, defeitos de audição ou falhas mentais.
        
         1) Falhas de Visão: Em Rm.6:5 muitos manuscritos (MSS) tem ama (juntos), mas há

alguns que trazem alla (porém). Os dois lambdas juntos deram ao copista a idéia de um mi.

Em At.15:40 onde há eplexamenoc (tendo escolhido) aparece no Códice Beza epdexamenoc (tendo

recebido) onde o lambda maiúsculo é confundido com um delta maiúsculo.
         Há também confusão de sílabas, como é o caso de ITm.3:16 onde o manuscrito D traz

homologoumen ôs (nós confessamos que) em vez de homologoumenôs (sem dúvida).
         O erro visual chamado parablopse (um olhar ao lado) é facilitado pelo

homoioteleuton, que é o final igual de duas linhas, levando o escriba a saltar uma delas,

ou pelo homoioarchon, que são duas linhas com o mesmo início.
         O Códice Vaticano, em Jo. 17:15, não contém as palavras entre parênteses: “Não

rogo que os tires do (mundo, mas que os guardes do) maligno”. Consultando o N. T. grego

veremos que as duas linhas terminavam de maneira idêntica, em autos ek tou, no manuscrito

que o escriba de B copiava.
         Lc. 18:39 não aparece nos manuscritos 33, 57, 103 e b, devido a um final de frase

igual na sentença anterior no manuscrito do qual eles se derivam.
         O Códice Laudiano tem um exemplo no versículo 4 do Capítulo 2 do livro de Atos:

“Et repleti sunt et repleti sunt omnes spiritu sancto”, sendo este em caso de adição,

chamado ditografia, que é a repetição de uma letra, sílaba ou palavras.

         2) Falhas de Audição:  Era costume muitos escribas se reunirem numa sala enquanto

um leitor lhes ditava o texto sagrado. Desse modo o ouvido traía o escriba até mesmo quando

o copista solitário ditava a si próprio. Em Rm. 5:1 encontramos um destes casos, onde as

variantes echômen e echomen foram confundidas. IPe. 2:3 também apresenta um caso semelhante

com as variantes cristos (Cristo) e crestos (gentil), esta última encontrada nos

manuscritos K e L.
         No grego coinê as vogais e ditongos pronunciavam-se de modo igual dentro das

respectivas classes. É o caso de ICo.15:54 onde o termo nikos (vitória), foi confundido por

neikos (conflito), sendo que aparece em P46 e B como “tragada foi a morte no conflito”.
         Em Ap.15:6 onde se lê “vestidos de linho puro” a palavra grega linon é substituída

por lithon nos manuscritos A e C “vestidos de pedra pura”. Desse modo uma só letra que o

ouvido menos apurado não entendeu direito e que produziu completa mudança de sentido,
Torna-se erro grosseiro e hilariante.
    
         3) Falhas da Mente:  Quando a mente do escriba o traía, chegava a cometer erros

que variavam desde a substituição de sinônimos, como o caso da preposição ek por apo, até a

transposição de letras dentro de uma palavra, como o caso de Jo.5:39,  onde  Jesus  disse 

“porque elas dão testemunho de mim”
(ai marturousai) e o escriba do manuscrito D escreveu “porque elas pecam a respeito de mim”

(hamartanousai).
      
         B) Erros Intencionais: Erros que não se originaram de negligência ou distração dos

escribas, mas antes de suspeita de alteração, principalmente doutrinária.
 
         1) Harmonização: Ao copiar os sinópticos, o escriba era levado a harmonizar

passagens paralelas. É o caso de Mt.12:13 onde se lê “...estende a tua mão. E ele estendeu;

e ela foi restaurada como a outra”. Em alguns manuscritos de Marcos o texto para em

“restaurada”, sendo que em outros o escriba acrescentou as palavras “como a outra” para

harmonizá-lo com Mateus.
         Outro tipo de harmonização ocorre quando os escribas faziam o texto do N. T.

conformar-se com o A. T. Por exemplo, em Mc. 1:2 os escribas do W e Bizantinos mudaram “no

profeta Isaias” para “nos profetas” porque verificaram que a citação não é só de Isaias.
 2) Correções Doutrinárias: Certo escriba, copiando Mt.24:36 omitiu as palavras “nem o

Filho”, pois o escriba sabia que Jesus era onisciente, e deduziu que alguém havia cometido

erro (Alefe, W, Bizantino).
        Os manuscritos da Velha Latina e da Versão Gótica apresentam como acréscimo, em Lc.

1:3, a frase “e ao Espírito Santo” como “empréstimo” de At.15:28.
          3) Correções Exegéticas: Passagens de difícil interpretação eram alvo dos

escribas que tentavam completar o seu sentido através de interpolação e supressões.

         Um caso de interpolação encontra-se em Mt.26:15 onde as palavras “trinta moedas de

prata” foram alteradas para “trinta estateres” nos MSS D, a e b, afim de definir o tipo de

moeda mencionada. Mais tarde outros escribas (dos manuscritos 1, 209 e h) que conheciam os

dois textos, juntaram-no produzindo a frase “trinta estateres de prata”.

         4) Acréscimos Naturais ou de Notas Marginais: Determinado leitor do Códice 1518

anotou nas margens de Tg.1:5 a expressão êgeumatikês kai ouk anthrôpines (espiritual e não

humana). Quando este Códice foi copiado, o escriba do manuscritos 603 incluiu esta

expressão no texto: “Se alguém de vós tem falta de sabedoria espiritual e não humana,

peça-a a Deus...”.

         VII. AUTENTICIDADE OU GENUINIDADE: Dizemos que um livro é genuíno ou autêntico

quando ele é escrito pela pessoa ou pessoas cujo nome ele leva, ou, se anônimo, pela pessoa

ou pessoas a quem a tradição antiga o atribui, ou, se não for atribuído a algum autor ou

autores específicos, à época que a tradição lhe atribui.

         O Credo Apostólico não é genuíno porque não foi composto pelos apóstolos. As

Viagens de Gulliver é genuíno tendo sido escrito por Dean Swift, embora seus relatos sejam

fictícios. Atos de Paulo não é genuíno, pois foi escrito por um sacerdote contemporâneo de

Tertuliano. Desse modo a autenticidade relaciona-se ao autor e à época do livro, e todos os

livros da Bíblia possuem autenticidade comprovada pela tradição histórica e pela

arqueologia (Gl. 6:11; Cl.4:18).

         VIII. CANONICIDADE: Por canonicidade das Escrituras queremos dizer que, de acordo

com “padrões” determinados e fixos, os livros incluídos nelas são considerados partes

integrantes de uma revelação completa e divina, a qual, portanto, é autorizada e

obrigatória em relação à fé e à prática.

         A palavra grega kanon derivou do hebraico kaneh que significa junco ou vara de

medir (Ap. 21:15); daí tomou o sentido de norma, padrão ou regra (Gl.6:16; Fp.3:16).
 
         A) A fonte da Canonização: A Canonização de um livro da Bíblia não significa que a

nação judaica ou a igreja tenha dado a esse livro a sua autoridade canônica; antes

significa que sua autoridade, já tendo sido estabelecida em outras bases suficientes, foi

conseqüentemente reconhecida como pertencente ao cânon e assim declarado pela nação judaica

e pela igreja cristã.

         B) O Critério Canônico (do Novo Testamento): Adotam-se 5 critérios canônicos.

         1) Apostolicidade: O livro deveria ter sido escrito por um dos apóstolos ou por

autor que tivesse relacionamento com um dos apóstolos (imprimatur apostólico).

         2) Universalidade: Quando era impossível demonstrar a autenticidade apostólica, o

critério de uso e circulação do livro na comunidade cristã universal era considerado para

sua aferição canônica. O livro deveria ser aceito universalmente pela igreja para dela

receber o seu imprimatur.

         3) Conteúdo do Livro: O livro deveria possuir qualidades espirituais, e qualquer

ficção que nele fosse encontrada tornava o escrito inaceitável.

         4) Inspiração:  O livro deveria possuir evidências de inspiração.

         5) Leitura em Público: Nenhum livro seria admitido para leitura pública na igreja

se não possuísse características próprias. Muitos livros eram bons e agradáveis para

leitura particular, mas não podiam ser lidos e comentados publicamente, como se fazia com a

lei e os profetas na sinagoga. É a esta
Leitura que Paulo exorta Timóteo a praticar (ITm.4:13).
         C) Conclusão da Canonização (do Novo Testamento) 
         1) Concílio Damasino de Roma em 382 d.C.
         2) Concílio de Cartago em 397 d.C.

         IX. ANIMAÇÃO: É o poder inerente à Palavra de Deus para transmitir vitalidade ou

vida ao ser humano.

         O Sl.19:7 diz que “a lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma...” e no

versículo 8 diz que “os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração...”

         Somente algo que tem vida pode transmitir vida, e por isso mesmo somente a Bíblia,

e nenhum outro livro pode fazê-lo, pois a Bíblia sendo a Palavra de Deus é viva: “A Palavra

de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até

a divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas, e é apta para discernir os

pensamentos e intenções do coração” (Hb. 4:12). 

         A) A Palavra de Deus é Viva: O elemento da vida que aqui se declara é mais do que

aquilo que agora tem autoridade em contraste com o que já se tornou letra morta; é mais do

que alguma coisa que fornece nutrição. Mas as Escrituras são vivas porque é o hálito

(espírito) do Deus Vivo (Jo. 6:63; Jó 33:4). Assim tanto a Palavra Escrita (Logos) como a

Palavra Falada (rêma) são possuidoras de vida. Não há diferença essencial entre elas, pois

são apenas duas formas diferentes de existir.

         O trecho de Hb. 4:12 diz que a Palavra de Deus é viva, e eficaz, é cortante,

penetra e discerne.
         Em IPe.1:23 lemos que a Palavra de Deus vive e permanece para sempre. Assim a

Palavra de Deus possui vida eternamente (Sl. 19:9; 119:160).

         B) A Palavra de Deus é Eficaz: A palavra grega usada neste trecho é energês de

onde temos a palavra energia. Trata-se da energia que a vida vital fornece. Por isso a

Palavra de Deus é comparada a uma poderosa espada de dois gumes com poder para cortar,

penetrar e discernir. Quando o Espirito Santo empunha a Sua espada (Ef. 6:17) uma energia é

liberada dela para animar e realizar o seu propósito (Is.55:10,11). É com este poder

inerente à Palavra de Deus que o Espirito Santo convence os contradizentes (Jo. 16:8; ICo.

2:4) porque a Palavra de Deus é como uma dinamite com poder (dinamos, Rm.1:16) para salvar

e destruir (IICo.10:4,5; IICo.2:14,17; IJo.2:14; Jr.23:24).

         A Palavra de Deus é como um nutriente alimento que fornece forças (IPe. 2:2;

Mt.4:4). Paulo escrevendo aos tessalonicenses revela sua gratidão a Deus por haverem eles

recebido a Palavra de Deus a qual estava operando (energizando) eficazmente neles

(ITs.2:13). Paulo conhecia o poder da Palavra de Deus, por isso recomendou aos anciãos da

igreja que a observassem porque ela “tem poder para edificar e dar herança entre todos os

que são santificados” (At. 20:32; Jo.5:39).

       
1) É eficaz na regeneração: Comparada com a “água” (Jo.3:5; Ef.5:26), a Palavra de Deus tem

poder para regenerar, pois ela coopera com o Espírito Santo na realização do novo

nascimento (IPe.1:23; Tt.3:5; Jo.15:3; Ez.36:25-27; Jo.6:63; Tg.1:18,21; ICo.4:15;

Rm.1:16).

       
2) É eficaz na santificação: A Palavra de Deus tem poder para santificar (Jo.17:17;

Ef.5:26; Ez.36:25,27; IIPe.1:4; Sl.37:31;119:11). Com efeito, a santificação é pela fé

(At.15:9 e 26:18) e a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm.10:17).

       
 3) É eficaz na edificação: A Palavra de Deus tem poder para edificar (IPe.2:2; At.20:32;

IIPe.3:18).


         X. PRESERVAÇÃO: É a operação divina que garante a permanência da Palavra Escrita,

com base na aliança que Deus fez acerca de Sua Palavra Eterna (Sl. 119:89, 152; Mt. 24:35;

IPe.1:23; Jo. 10:35).
         Os céus e a terra passarão (Hb. 12:26, 27; IIPe.3:10) mas a Palavra de Deus

permanecerá (Mt.24:35; Hb.12:28; Is.40:8; IIPe.1:19).
         A preservação das Escrituras, como o cuidado divino para a sua criação e formação

do cânon, não foi acidental, nem incidental, mas sim o cumprimento de uma promessa divina.

A Bíblia é eterna, ela permanece porque nenhuma Palavra que Jeová tenha dito pode ser

removida ou abalada; nem uma vírgula ou um ponto do testemunho divino pode passar até que

seja cumprido.
         “Quando pensamos no fato da Bíblia ter sido objeto especial de infindável

perseguição, a maravilha da sua sobrevivência se transforma em milagre... Por dois mil

anos, o ódio do homem pela Bíblia tem sido persistente, determinado, incansável e

assassino. Todo esforço possível tem sido feito para corroer a fé na inspiração e

autoridade da Bíblia, e inúmeras operações têm sido levadas a efeito para fazê-la

desaparecer. Decretos imperiais têm sido passados ordenando que todas as cópias existentes

da Bíblia fossem destruídas, e quando essa medida não conseguiu exterminar e aniquilar a

Palavra de Deus, ordens foram dadas para que qualquer pessoa que fosse encontrada com uma c

ópia das Escrituras fosse morta.” (Arthur W. Pink. The Divine Inspiration of the Bible = A

Inspiração Divina da Bíblia).
         A Bíblia permanece até hoje porque o próprio Deus tem se empenhado em preservá-la.

Quando o rei Jeoiaquim queimou um rolo das Escrituras, Deus mesmo determinou a Jeremias que

reescrevesse as palavras que haviam sido queimadas (Jr.36:27, 28), e ainda determinou

maldições sobre o rei, por haver tentado destruir a Palavra de Deus (Jr.36:29,31). Ademais

Deus acrescentou ao segundo rolo outras palavras que não se encontravam no primeiro (Jr.

36:32), pois a Palavra de Deus sempre há de prevalecer sobre a palavra do homem

(Jr.44:17,28; At.19:19,20).
         Deve ficar esclarecido que Deus tem preservado apenas a sua Palavra inspirada,

aquilo que deve ser considerado como revelação de Deus, e por isso mesmo não foi preservado

e não faz parte do Cânon Sagrado (ICr. 29:29; IICr. 9:29; 12:15; 13:22; 20:34; IICr. 24:27;

26:22; 33:19). Em IICo. 7:8 Paulo faz menção a uma segunda carta que não consta do Novo

Testamento, sendo que a segunda carta de Coríntios que temos na nossa Bíblia, provavelmente

deveria ser a terceira.     
         Hoje a estratégia de Satanás sobre a Palavra de Deus é diferente, pois já que ele

não consegue destruí-la, procura desacreditá-la (negando sua inspiração) e corrompê-la com

interpretações pervertidas da verdade (ITm. 4:1,2; IITs.2:9-12). A nós, pois como igreja,

cabe a responsabilidade de defender e preservar a verdade (ITm. 3:15) com o mesmo anseio

que caracterizava a vida de Paulo (Fp.1:7,16).

         XI. INTERPRETAÇÃO: É a elucidação ou explicação do sentido das palavras ou frases

de um texto, para torná-los compreensivos.
         A ciência da interpretação é designada hermenêutica, e, em razão de sua

abrangência, requer um estudo especial separado da Bibliologia

REVISÃO TEOLÓGICA APÓSTOLO CONFERENCISTA MARCELO SILVA 30/01/2014